29 março 2011

A campanha da campanha.

Alguém acredita que a Sandy é a garota ideal para fazer publicidade da Cerveja Devassa? Claro que não. Com a sua ficha corrida de garota vestal, comportada, de família tradicional e mensageira do politicamente correto, publicitário nenhum, em sã consciência, indicaria Sandy para ser a musa de uma cerveja que carrega imagem de libertinagem, devassidão e lascívia. Com este conceito a agência posiciona o produto no mercado, e eles sabem o que fazem. Se vamos seguir uma linha de comunicação que transgride, e o nosso público aceita, vamos em frente com tudo. Calvin Klein e Benetton fazem isso há tempos.

Então, por que ela foi escolhida? Não é um contrassenso? É aí que entra a malícia dos comunicadores, a de criar fatos para fazer campanha da campanha. Isto é, promover o disse-que-disse da peça publicitária para gerar mídia espontânea, enfim, facilitar o boca-a-boca. As mídias sociais têm carência e se alimentam destes tipos de assuntos. Carecem de fatos inusitados e inverossímeis para ter o que falar. Se o Mike Tyson não mordesse a orelha do Holyfield ele não seria Mike Tyson. Se o Romário não fosse jogar pelada na praia na hora do expediente ele não seria o Romário. É assim que as coisas no mundo da comunicação de massa funcionam. Não importa o fato, mas sim a versão do fato.

Voltando ao caso Sandy/Devassa, foi justamente a possibilidade da implausibilidade que atraiu a atenção de todos. Ela não combina com a bebida, pois não existe pertinência natural entre a modelo e o produto, uma não tem nada a ver com a outra. E foi este não “acreditar que na vida real as pessoas não agem desse jeito” é que faz a história ficar divertida. Pessoas normais esperam que as modelos apresentadas nas TVs se comportem como elas.

Mas onde está o truque? Escolher a Sandy, pagar um milhão de reais de cachê (valor divulgado) e depois fazer espuma para que as pessoas falassem do assunto, este é o truque. Se o anunciante gastou milhões em cachê, produção e mídia, o que parece um valor alto e ação incongruente para muitos, para a agência e o anunciante foi barato, se comparado com o valor não pago nas dezenas de citações em mídia espontânea. O assunto foi motivo de matérias em jornais de grande circulação, em TVs e rádios de todo o país e mereceu comentários de centenas de colunistas, comentaristas e blogueiros. Todo mundo falou da Sandy, o anjo caído.

Foi inteligente a linha da comercial ao abordar com ironia e bom humor o assunto da menina boazinha que tem o seu lado devasso. Imediatamente surgiram milhares de acessos à internet para verem o filme e no twitter começaram a circular piadinhas do tipo: “A Sandy é tão devassa que agita o Toddynho antes de beber” ou “A Sandy é tão devassa que mata barata com salto agulha e diz ‘hasta la vista, baby’”. Soma-se a isso as proximidades do carnaval que renderam outro tanto de mídia grátis com a presença da cantora no camarote da Devassa. Até ameaçar, via imprensa, que ela não iria assistir ao desfile, ela fez.

A técnica não é nova, já foi utilizada com eficiência, dezena de vezes, pelo Washington Olivetto e por Nizan Guanaes, hábeis criadores de histórias sobre si próprios e para seus anunciantes. Na década de 50 o escritor e publicitário, Hernani Donato, salvou um amigo, empresário da área de distribuição de filmes, de um grande prejuízo. Ele havia alugado um filme “quase pornô” para seus cinemas e não estava tendo a bilheteria esperada. O publicitário não teve duvidas, ligou indignado para a Liga das Senhoras Católicas e reclamou que era uma pouca vergonha deixarem passar um filme daqueles em São Paulo. As defensoras da moral pública foram reclamar nos jornais e os cinemas fizeram bilheterias por várias semanas. Todos queriam ver o filme proibido.

Sandy deve estar rindo do barulho que provocou e da vultosa soma que entrou na sua conta, afinal “Meninas Boazinhas Vão para o Céu, as Más Vão à Luta” – deve ser o seu novo livro de cabeceira.
Eloi Zanetti - Consultor em marketing, comunicação corporativa e vendas.

22 março 2011

Um dia ela sonhou!

Um dia ela sonhou que poderia ser dançarina, tinha jeito, estilo e dedicação. Sonhou em estar nos palcos de SP, Rio ou quem sabe nos palcos do mundo. Dançava por paixão, mas sem especialização, dançava por amor, por dor, por prazer.

A dança ocultava sua timidez, seus fracassos, embora poucos, era seu mundo encantado, seu silêncio, ocultava também sua indignação por sua falta de coragem de arrancar o cabresto chamado ”família” e as amarras chamada “moral”.

Ela como toda a sua geração viveu enormes conflitos emocionais como: namorar ou ficar, casar, ter ou não filhos, fazer faculdade, ter uma carreira artística. Chegou a fazer as malas, mas não conseguiu se desvencilhar dos conceitos que lhe foi atribuído desde pequena, conceitos estes que carrega até hoje em que a família vem em primeiro lugar, não ser egoísta ao ponto de sacrificar todos em função dela própria.

Um dia ela sonhou que poderia dançar para o mundo, hoje o mundo faz uma dança alucinada para ela. Se ela é feliz? É sim, um dia mais outro menos, mas ela nunca vai deixar de sonhar e de ver o mundo como um enorme palco. Hoje ela sonha em ser escritora, mas isso é uma outra história.

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Lennie Dale, coreógrafo, dançarino, ator, e cantor ítalo-americano radicado no Brasil.  Dirigiu diversos espetáculos apresentados no Beco das Garrafas, reduto de boêmios e músicos da bossa nova. Viajava constantemente para os EUA, onde dirigiu espetáculos com artistas de renome como Liza Minelli. Faleceu em agosto de 94 nos EUA vítima da AIDS. Esteve em Londrina na década de 80 ministrando um curso de 3 meses na escola de dança em que eu era aluna.

18 março 2011

Orações para Bobby


Direção: Russell Mulcahy
Elenco: Sigourney Weaver, Ryan Kelley, Henry Czerny, Dan Butler, Austin Nichols, Carly Schroeder, Shannon Eagen
Prayers for Bobby, EUA, 2009, Drama, 88 minutos, 14 anos

Sinopse: Mary (Sigourney Weaver) é uma religiosa que segue à risca todas as palavras da bíblia. Quando seu filho Bobby (Ryan Kelley) revela ser gay, ela imediatamente leva o filho para terapias e cultos religiosos com o intuito de “curá-lo”. No entanto, Bobby não suporta a pressão e se atira de uma ponte, encerrando sua vida aos 20 anos de idade. Depois desse fato, Mary descobre um diário do garoto e passa a conhecer melhor o mundo dos homossexuais, tornando-se, logo, uma ativista em prol dos diretos gays. Baseado em uma história real.

Eu não vou ter um filho gay”. Essa é a última frase que Mary (Sigourney Weaver) disse para o seu filho, Bobby (Ryan Kelley). Ele pulou de uma ponte e acabou com sua jovem vida de 20 anos de idade. A mãe do garoto acredita que gays são pessoas que fazem sexo em banheiros públicos, depravados suscetíveis a qualquer tentação carnal e que são assim porque escolheram. Esse é o pensamento dela e também o de muitas pessoas. O cinema, ao meu ver, nunca conseguiu realizar um filme sobre esse tema com a devida sensibilidade. E nisso incluo, também, o cultuado O Segredo de Brokeback Mountain (pra mim, mais uma história de atração do que de amor) e o recente Milk – A Voz da Igualdade. Orações Para Bobby vem mudar esse cenário.

Pena que o filme de Russell Mulcahy tenha sido feito para TV – ou seja, destinado a não ter grande repercussão. É um trabalho que, certamente, merecia um reconhecimento mais amplo. Encontramos nele uma abordagem diferente sobre o mundo homossexual: trata puramente sobre as emoções, deixando de lado o tão explorado lado sexual. Aí que está o maior mérito de Orações Para Bobby; ele traz jornadas sentimentais muito interessantes. Tanto do garoto quanto da sua mãe. A primeira metade do filme é sobre como o garoto procura se aceitar e se inserir na família preconceituosa, sofrendo com discriminações e com o fato de ser “diferente”. Na segunda metade, acompanhamos o arrependimento da mãe, que começa a descobrir toda a sensibilidade que seu filho tinha ou como os gays são seres humanos providos de sentimentos como qualquer pessoa.

Todas as histórias, além de terem um cunho emocional fantástico, são representadas com grande excelência pelos atores. O jovem Ryan Kelley está excelente como Bobby e cumpre com precisão o papel do personagem. Mas, sem dúvida alguma, o show fica com Sigourney Weaver. Ela, que apareceu pouco nos últimos anos, tem aqui uma grande interpretação. É aquele tipo de personagem que vai evoluindo em cena, passando por uma grande transformação. Primeiro, a mãe de uma família perfeita. Depois, católica fervorosa tentando curar o filho. Por fim, mulher arrependida e tentando se redimir de sua ignorância perante ao homossexualismo do filho. É uma atuação sublime, que vai desde minúcias até momentos de choros emocionantes.

Orações Para Bobby tem seus defeitos. A direção, por exemplo, é simplista, sem ousadias – com alguns maneirismos estéticos estranhos, principalmente em alguns enquadramentos. Com certeza, se esse aspecto fosse mais contundente e menos convencional, o longa teria ainda mais impacto. Todavia, o que se conclui é que os defeitos ficam pequenos perto de uma história tão certeira em suas emoções. Um filme essencial para quem é ou conhece alguém homossexual. Mas, é dirigido mais especificamente para as mães, especialmente aquelas que não aceitam seus filhos como eles são. Que elas tenham, ao final do filme, o mesmo pensamento de Mary: “Eu sei porque Deus não ‘curou’ o meu filho. Ele não o curou porque não havia nada de errado para ser curado”. (Cinema e Argumento por Matheus Pannebecker)


"Big mistake" achar que as pessoas possam amar incondicionalmente, só o SENHOR tem o poder.

17 março 2011

Oremos!


Mateus 6. 5-15

E quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.

Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.

E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos.

Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais.

Portanto, vós orareis assim:

Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;

venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu;

o pão nosso de cada dia dá-nos hoje;

e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores;

e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal

[pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém]!


Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.



Pura emoção!

Cenas finais de TItiti.

15 março 2011

“Vampiros” são um risco. Exigem demais e deixam o outro indefeso.


Cuidado com “vampiros”. Eles sugam a energia vital dos parceiros como crianças subnutridas emocionalmente, às quais faltou o amor materno. Os mais  competentes são românticos, bons amantes e ótimos simuladores. Convencem a vítima, graças a um poder hipnótico, de que a estão prestigiando com sua nobre escolha. E ela fica submissa  às necessidades do sanguessuga.

Os “vampiros” existem! Fazem parte das lendas que, como os mitos, foram criados desde os primórdios da humanidade para representar, de forma simbólica e caricatural traços de nossa condição humana. O Conde Drácula, de caninos proeminentes, não existe. Mas o mesmo não se pode dizer das suas terríveis presas, que simbolizam a atitude extrativista de quem, para viver, absorve a energia vital de outra pessoa. Estamos falando de relações perigosas, nas quais um dos parceiros, muitas vezes sem perceber, tem sua vitalidade sugada “de canudinho”, pois esta submetido a dominação implacável, sentindo-se obrigado a atender a exigências excessivas.


O casal com esse perfil tem um dos seus membros de tal modo desvitalizado que costumam dizer: “Fulano está vampirizado”. A vítima tem aparência enfraquecida: além de pálida, com olheiras, parece desidratada. A expressão denuncia desassossego e falta paz na relação.

Os vampiros mais notáveis são aqueles , que devido ao temperamento difícil ou até a um problema psicológico, praticamente drenam a energia dos que estão por perto.

São pessoas trabalhosas, sempre alteradas, que permanentemente se envolvem em alguma confusão ou litígio. Devido à obviedade do comportamento, são menos perigosas e dão à presa mais possibilidade de perceber “a roubada” e se defender.

O vampiro eficiente costuma trabalhar em silencio, com descrição e elegância. Convém que seja nobre e sofisticado como o Conde Drácula, já que seu principal instrumento de trabalho, em lugar dos dentes, é a sedução. Sim. Ele é um grande sedutor. A cantora Rita Lee(55), que parece conhecer o doce sabor da mordida de um vampiro, já deu a dica para todo mundo. “Meu doce vampiro...a luz do luar...” Doce e romântico. Compreende-se que no cenário em que atua não pode faltar a lua cheia...de uivos de amor. Pois um vampiro competente faz da luxuria uma arte. Bom amante, sabe tudo sobre o desejo. Ele deseja com voracidade animal. Intuindo o que o que o outro quer, encena, enganando-o . A simulação romântica produz efeito hipnótico na vitima, que fica indefesa e não oferece resistência, enquanto o vampiro a “bebe” em uma flúte de champanhe.

O segredo do sucesso do vampiro está na capacidade de convencer a vitima de que a prestigia com sua nobre escolha. Fisgada pelo charme irresistível do sanguessuga, a presa não percebe que na verdade, o cavalheiro é um fraco. Emocionalmente subnutrido, depende do outro para sobreviver.

A pessoa que estabelece tal padrão extrativista de relação o faz porque é de sua natureza. Um acidente de percurso a levou a transformar o outro em seu meio de vida. Na lenda, Drácula tornou-se mau após uma decepção amorosa. Sua noiva, ao receber a falsa notícia de que o conde morrera na guerra, suicida-se jogando-se no rio. Quando o nobre retorna e sabe do ocorrido, revolta-se contra DEUS e decide buscar a imortalidade para reencontrar a amada em uma futura encarnação

O que ocorre com o parceiro vampiro é semelhante. Também ele foi vítima de privação amorosa. Quando nasce, o bebê necessita de forte investimento afetivo da mãe.

O psiquismo da criança metaboliza o amor que recebe, transformando-o em energia de vida. Quanto mais amado, mais viçoso, corado e vital é o bebê. Ao contrario, quando não é suficientemente desejada pela mãe ou por quem substitui, a criança permanece quietinha e desvitalizada, reagindo pouco aos estímulos externos. Por sentir-se privada do amor da mãe, entre outras reações, poderá no futuro fazer do parceiro uma reencarnação dela.

Semelhante a um bebê carente e possessivo, exigirá do parceiro entrega absoluta.

O manto aristocrático do vampiro tenta encobrir a parceria antiética que estabelece ao relacionar-se com alguém. Faz lembrar a história da galinha que convidou o porco para sócio em um negocio de fornecimento de desjejum. Segundo a ave, a idéia é boa: “Entro com os ovos e você com o bacon”. A proposta do vampiro é parecida: ele entre com os caninos e o parceiro com o pescoço.

Beatriz Kuhn, psicanalista no Rio de Janeiro,

13 março 2011

O ROUXINOL E A GAIOLA DE OURO

Conta uma antiga lenda chinesa que certo dia o Imperador, passeando pelos jardins do palácio, ouviu cantar um rouxinol. E era tão lindo o seu canto, que as cores pareciam tornar-se mais vivas e o mundo mais belo.


Encantado, determinou que o pássaro fosse capturado e levado ao palácio, para que pudesse ouvi-lo cantar em todas as horas do dia; e que os mais hábeis artesãos recebessem os metais mais preciosos e as gemas mais raras, para que pudessem construir a mais rica gaiola que já se viu neste mundo.

Assim se fez. E ao pássaro extraordinário foi reservado um local de honra, no palácio, onde a esmerada iluminação fazia refulgir todo o esplendor da magnífica gaiola.

Entretanto, o rouxinol definhava a cada dia. As suas penas, antes brilhantes e vistosas, tornaram-se opacas e nunca mais se ouviu o seu canto.

O Imperador ordenou, em vão, que lhe fossem trazidos os mais atraentes e saborosos petiscos, que com as próprias mãos ofertava ao pássaro amado.

Um dia, o rouxinol fugiu. E nem todos os emissários do império, enviados pela China inteira, foram capazes de encontrá-lo novamente.

Então a tristeza dominou o Imperador, minando as suas forças. Em pouco tempo viu-se o poderoso regente preso ao leito, dominado por misteriosa e persistente doença. Fizeram de tudo e de nada adiantavam os remédios receitados pelos maiores médicos do mundo, que para curá-lo, foram chamados.

E veio uma madrugada em que, em meio ao delírio da febre, julgou o Imperador ver ao pé de seu leito o rouxinol.

Queixou-se, desvairado: - Ingrato, eis que te dei tudo de mim! Dei-te a gaiola mais rica que jamais existiu, o melhor lugar do palácio e até mesmo os melhores petiscos do mundo, com as minhas próprias mãos!Eu te amava e mesmo assim me abandonaste!

Respondeu-lhe o rouxinol: - Dizes que me amavas... e, mesmo assim, era mais importante a tua vaidade. Para que todos pudessem ver e ouvir o pássaro maravilhoso que possuías, me encerraste em uma gaiola, ao teu lado, privando-me de tudo que eu mesmo amava. Julgas, acaso, que a gaiola mais rica possa substituir a beleza e a imensidão do céu? Ou que os esplendores do palácio me sejam mais agradáveis que voar livre entre as flores, vendo a sua beleza e respirando o seu aroma, sentindo o calor do sol e o orvalho fresco da manhã?

Certo é que me alimentaste com as tuas mãos e que para mim procuraste os petiscos que melhores julgavas. Mas como podes acreditar que me fossem mais saborosos que os alimentos por mim mesmo escolhidos e por meu próprio bico colhidos?

Porém, não me cabe julgar-te. Sei que é assim entre os homens; o que chamais amor não é senão a satisfação das vossas vontades. Em nome do que dizeis sentir, buscais acorrentar a vós aquele que jurais amar; e não acreditais que alguém vos ame, a menos que se curve a vossos desejos, esquecendo as suas próprias necessidades. O que chamais “dor de amor” é, na verdade, o vosso egoísmo contrariado.

Deixa-me, apenas, mostrar-te o que é o amor. Porque, embora os emissários que enviaste para capturar-me não me tenham encontrado, eu jamais me afastei de ti; escondi-me em um arbusto do jardim, de onde, às vezes, podia ver-te, sem que me visses.

E renunciei ao canto, que me denunciaria, para desfrutar da liberdade.

Entretanto retorno, agora que precisas de mim. E apenas te peço que não tentes prender-me, ou o amor se perderia na revolta. É certo que não estarei contigo todo o tempo que quiseres, mas hás de ouvir-me sempre que me for possível.

Deixa-me cantar para ti porque te amo, não porque assim o desejas!

Raiava o dia. E o Imperador, já melhor da febre que o castigara, julgou ouvir um som maravilhoso que se espalhava pelo quarto, trazendo de volta a alegria e as cores da vida. Abriu os olhos para a luz do amanhecer, como se os abrisse para a esperança.

No parapeito da janela, cantando como nunca, estava o rouxinol.


A religião é a gaiola de ouro. É o lugar da clausura e da tristeza, enquanto o evangelho é a liberdade do Jardim da ressurreição Jesus Cristo. Se você canta acuado, o seu louvor é um lamento. É horrível ver crente religioso cantando sob pressão.
Pouca coisa diz tanto como o canto livre do passarinho liberto. Se você é de fato um filho de DEUS, você faz parte do coral alforriado que adora com liberdade, sem medo de ser um bem-aventurado. Felizes são os que vivem fora das gaiolas como rouxinóis diante do trono de Sua Alteza, o Rei dos reis.
Aleluia.

O amor em preto e branco.

Atenção!
Imagens fortes!
Tirem as crianças da sala.
Se você tem problemas cardíacos ou não se sente confortável
com cenas fortes de PAIXÃO,
e não está preparado para ouvir uma linda canção,
 não prossiga!!!


O Ministério da Saúde adverte: O Preconceito MATA.

SEGREDO
...Você deve me conhecer
Eu sou um dos seus segredos
Você deve me conhecer
Eu sou um dos seus segredos
Eu pertenço a você
Eu pertenço a você
E você pertence a mim...

SEAL, ele é rico, bem-sucedido e considerado um dos astros mais bem vestidos do mundo. Para completar, é casado com a estonteante Heidi Klum. que é modelo, um dos anjos da grife de lingerie Victoria’s Secret.

11 março 2011

Vivo!

Minha linda cidade.

"a única verdade é que vivo.

Sinceramente, eu vivo.

Quem sou?

Bem, isso já é demais...."

(C. Lispector).

09 março 2011

40 DIAS!

E, chegando-se a ele o Satanás, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.

Disse Jesus: Está escrito nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.

Então Satanás o transportou à cidade santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo,

E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, E tomar-te-ão nas mãos, Para que nunca tropeces em alguma pedra.

Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.

Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles.

E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.

Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.

A maior festa pagã do planeta acabou! E agora José???

Se fundamentarmos nos conceitos religiosos o carnaval é uma festa carnal com celebração pagã, lúdica e dilaceradora. Durante cinco dias, vivemos os 40 dias de tentações e provações e caímos em todas. Nos lambuzamos, deleitamos e escandalizamos os menos desprevenidos, durante cinco dias servimos ao satanás.

Mas não vamos fazer do carnaval o "bode expiatório" das nossas mazelas, fraquezas e aflicões. Não precisamos da folia para ficarmos tentados, elas fazem parte do nosso dia-a-dia, estão no trânsito, nos escritórios, nos bares, nas nossas casas, na internet e na TV, na verdade esses são só os veículos que utilizamos para vomitar toda a nossa pecaminosidade, natureza que herdamos do nosso primeiro pai Adão.

Nascemos neste mundo algemados pelo pecado, mortos para Deus e filhos espirituais do diabo. Estas são palavras fortes, no entanto, retratam a mais pura realidade de todo ser humano.(P.Glênio Paranaguá).

Chegou a hora de nos retratarmos perante Jesus, pedir perdão, misericórdia por seres tão devassos.
Mas a graça de Deus nos surpreende, pois ela resgata, soberanamente, o homem do lamaçal do pecado. Ser salvo pela graça significa dizer: Nasci em iniqüidade e mereço o inferno, contudo, fui alcançado pela bendita misericórdia divina; merecia a condenação, mas ganhei a justificação; o lago de fogo e enxofre era o lugar para onde eu deveria ir, porém, o Senhor me reservou o céu como herança. A graça repousa apenas naqueles que chegaram ao fim de si mesmos, ou seja, nos falidos.(P. Glênio Paranaguá).
 Amém.


02 março 2011

Morre Lentamente.

 Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.

Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade. (Pablo Neruda)

Lúcia !!!

Obrigada por ter me indicado esse "MARAVILHOSO" poema. Depois de ler, reler,ler e reler cheguei a uma conclusão incrível sobre a minha pessoa. Morro lentamente em vários momentos do dia, mas meu amor pela vida, pelas pessoas, e minha Fé em Deus, faz com que eu renasça imediatamente a cada morte.

Será que sou bipolar??? Não !!!  Sou apenas uma pessoa que acha que neste mundo a gente tem que ser feliz custe o que custar. Bjs!







01 março 2011

Vida interessante.

" Viver a nossa vida nem sempre é tão interessante quanto viver à vida de outras pessoas".

Nem sempre querer viver as vida de outras pessoas significa voltar ao tempo, ter menos idade, mas sim voltar ao tempo e aproveitar as oportunidades que foram descartadas, mudar o rumo que a vida tomou. Sempre é difícil olhar pra trás e perceber que o tempo passou rápido demais, que não fez tudo de poderia ter feito, não amou o suficiente, não beijou todas as bocas, não trabalhou o suficiente, não usou todas as ferramentas que a vida lhe proporcionou,  ficou presa a padrões pré estabelecidos que na verdade não tem nada haver com vc. Toda hora é hora de virar o jogo, e mudar o placar de 0x0, daí surgem as interrogações, como? onde? quando? porque? e para que? Sem respostas!

Travessia


Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas ...
Que já têm a forma do nosso corpo ...
E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos
mesmos lugares ...

É o tempo da travessia ...
E se não ousarmos fazê-la ...
Teremos ficado ... para sempre ...
À margem de nós mesmos...
(Fernando Pessoa)