02 março 2011

Morre Lentamente.

 Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.

Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade. (Pablo Neruda)

Lúcia !!!

Obrigada por ter me indicado esse "MARAVILHOSO" poema. Depois de ler, reler,ler e reler cheguei a uma conclusão incrível sobre a minha pessoa. Morro lentamente em vários momentos do dia, mas meu amor pela vida, pelas pessoas, e minha Fé em Deus, faz com que eu renasça imediatamente a cada morte.

Será que sou bipolar??? Não !!!  Sou apenas uma pessoa que acha que neste mundo a gente tem que ser feliz custe o que custar. Bjs!







Um comentário:

  1. Simplesmente MA-RA-VI-LHO-SO! Belíssimo esse Neruda... Pensa estar no quarto dele, (claro que no museu em que se tornou a casa dele!) na janela, de onde ele via aquela paisagenm maravilhosa do Pacífico e se inspirava para escrever... é uma emoção que vivi e nao tem preço! Penso que a forma como vc concluiu é exatamente o que ele quis dizer; a capacidade de morrer para o tédio, para a rotina, para a insatisfação, para a nostalgia... e (re)nascer para o novo, para o diferente, para o prazer... é a vida! Dizem que viver não é esperar a tempestade passar, é aprender a dançar na chuva... BjoOh!

    ResponderExcluir